Tratamentos
Pé torto congênito
O Pé Torto Congênito (PTC) é uma deformidade musculoesquelética que afeta os pés dos recém-nascidos, tornando-os voltados para dentro e para baixo, o que dificulta o caminhar e pode impactar significativamente a qualidade de vida da criança se não tratado. Essa condição afeta cerca de 1 a cada 1.000 nascimentos, sendo mais comum em meninos do que em meninas e podendo acometer ambos os pés em cerca de 50% dos casos. Embora a causa exata ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que fatores genéticos e ambientais possam estar envolvidos.
O PTC pode ser identificado durante o pré-natal por meio de ultrassonografias realizadas a partir da 12ª semana de gestação. Contudo, o diagnóstico definitivo é feito após o nascimento, quando o médico avalia a forma e a rigidez do pé. É importante diferenciar o pé torto congênito de condições menos graves, como o pé torto postural, que não necessita de intervenção médica.
Ao nascimento, observa-se que o pé do bebê está voltado para baixo, com a parte frontal inclinada para dentro. Outras características incluem uma panturrilha mais fina e um pé ligeiramente menor, embora o bebê não sinta dor. Em casos mais raros, o PTC pode estar associado a condições mais complexas, como síndromes genéticas ou doenças neuromusculares.
Tratamento: Método Ponseti
O tratamento padrão para o PTC é o Método Ponseti, amplamente reconhecido como a abordagem mais eficaz para corrigir a deformidade. Dividido em três fases, ele busca reposicionar o pé de maneira gradual e sustentável:
Fase de Correção: Manipulações manuais suaves são realizadas para posicionar o pé, seguidas da aplicação de gessos, que vão da coxa até os pés. As trocas são realizadas semanalmente, sendo necessárias, em média, cinco a seis aplicações. Nos casos mais graves, pode ser necessário realizar uma tenotomia do tendão de Aquiles, um pequeno procedimento ambulatorial que permite corrigir a posição final do pé.
Fase de Prevenção de Recidiva: Após a correção, inicia-se o uso de uma órtese de abdução, um dispositivo que mantém os pés na posição correta e evita o retorno da deformidade. Nos primeiros três meses, a órtese deve ser usada 23 horas por dia, sendo posteriormente reduzida para 14 horas diárias até os 4 anos de idade. A adesão ao uso da órtese é crucial, pois a principal causa de recidivas está relacionada ao uso inadequado desse equipamento.
Fase de Acompanhamento: O acompanhamento médico contínuo é fundamental para monitorar o desenvolvimento do pé e detectar precocemente qualquer sinal de recidiva. Consultas regulares ajudam a garantir o sucesso do tratamento e a adaptação da órtese.
Fase de Acompanhamento: O acompanhamento médico contínuo é fundamental para monitorar o desenvolvimento do pé e detectar precocemente qualquer sinal de recidiva. Consultas regulares ajudam a garantir o sucesso do tratamento e a adaptação da órtese.

Com o tratamento adequado, a maioria das crianças com PTC alcança excelentes resultados, podendo levar uma vida ativa e até praticar esportes de alta performance. É importante destacar que, embora o tratamento exija dedicação e comprometimento dos pais, ele tem se mostrado extremamente eficaz, permitindo que as crianças utilizem calçados comuns e tenham mobilidade normal.
O Pé Torto Congênito, apesar de sua complexidade inicial, é uma condição tratável. O sucesso depende de um diagnóstico precoce, do início imediato do tratamento e de um acompanhamento cuidadoso ao longo dos anos. Dessa forma, é possível proporcionar às crianças afetadas uma vida saudável e plena.