Tratamentos
Fraturas
As fraturas em crianças são uma das lesões ortopédicas mais comuns, frequentemente resultantes de quedas ou acidentes do dia a dia. Por conta das particularidades anatômicas e biológicas dos ossos infantis, o diagnóstico, tratamento e prognóstico diferem significativamente dos casos em adultos.
Os ossos das crianças possuem maior elasticidade e porosidade, além de serem recobertos por um periósteo mais resistente. Isso permite que, mesmo diante de traumas, as fraturas apresentem melhores condições para cicatrização e remodelação. Contudo, essas mesmas características podem gerar tipos de fraturas únicos, como a fratura em “galho verde”, onde o osso trinca sem quebrar completamente.
Além disso, a presença das placas de crescimento, estruturas responsáveis pelo desenvolvimento ósseo, torna as fraturas em determinadas regiões mais sensíveis, podendo impactar o crescimento do osso se não tratadas adequadamente.
Tipos de fraturas comuns em crianças
Fratura fechada: o osso não rompe a pele.
Fratura aberta ou exposta: há comunicação entre a fratura e o meio externo por meio de uma ferida.
Fratura em “galho verde”: típica em crianças, ocorre quando o osso é parcialmente quebrado, mas mantém-se íntegro de um lado.
Fratura por estresse: resultado de esforços repetitivos, geralmente em crianças atletas.
Fratura subperiostal: ocorre sob o periósteo, mantendo parte do osso protegido.

O diagnóstico é realizado por meio de exame clínico, avaliação da história do trauma e exames de imagem, como radiografias. Em casos específicos, pode ser necessária uma tomografia ou ressonância magnética para avaliar detalhes da fratura ou verificar lesões em regiões adjacentes.
Primeiros Cuidados
Ao suspeitar de uma fratura, é essencial:
- Imobilizar o membro na posição em que se encontra, evitando movimentos bruscos.
- Caso haja ferimento, limpá-lo com água corrente ou soro fisiológico e cobri-lo com material limpo.
- Controlar sangramentos com compressão moderada, se necessário.
- Levar a criança ao serviço de emergência o mais rápido possível.
O tratamento das fraturas em crianças pode ser dividido em três principais abordagens:
- Imobilização: A maioria das fraturas pode ser tratada de forma conservadora, utilizando talas ou gessos. Devido à capacidade de remodelação dos ossos infantis, pequenos desvios na fratura são frequentemente aceitáveis, dependendo da idade da criança e da localização da lesão.
- Redução: Em fraturas com desalinhamento significativo, pode ser necessária a colocação dos fragmentos ósseos no lugar, procedimento realizado sob anestesia local ou geral, dependendo da complexidade do caso.
- Cirurgia: Indicada para fraturas complexas, expostas, com comprometimento articular ou que afetem a placa de crescimento. A fixação pode ser realizada com pinos, hastes, placas ou fixadores externos, dependendo da necessidade.
Recuperação e Acompanhamento
A recuperação das fraturas em crianças é geralmente rápida devido à sua capacidade regenerativa. Contudo, o acompanhamento médico é essencial para monitorar o alinhamento do osso e garantir que o crescimento não seja impactado.
Após a remoção do gesso ou dispositivo de imobilização, pode ser necessário um período de fisioterapia para restaurar a força e a mobilidade do membro afetado. Atividades físicas devem ser retomadas gradualmente, sempre sob orientação médica.
As fraturas, embora comuns na infância, apresentam excelentes prognósticos quando tratadas adequadamente. Com os cuidados certos, a maioria das crianças retorna rapidamente às suas atividades normais, sem limitações futuras.